A inteligência artificial está a integrar-se rapidamente na vida quotidiana e a educação não é exceção. Desde alunos que usam ferramentas como ChatGPT para tarefas até professores que utilizam IA para suporte, o cenário da aprendizagem está mudando. No entanto, a medida em que os professores de toda a Europa estão a adoptar a IA varia dramaticamente, com alguns países a liderarem a iniciativa, enquanto outros ficam para trás.
Disparidades na adoção de IA
Um inquérito recente realizado pelo Inquérito Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela diferenças significativas na utilização de IA entre professores do ensino secundário inferior em 2024. A Albânia lidera com 52% dos professores que utilizam IA, seguida por Malta, Chéquia e Roménia (todos com 46%). Em contraste, A França reporta apenas 14% de adoção de IA, com outros países como a Bulgária (22%) e a Hungria (23%) também a demonstrarem um baixo envolvimento. A média da UE-22 é de 32%, enquanto a média da OCDE é de 36%.
Não se trata apenas de uma questão de acesso tecnológico; reflecte diferenças políticas, culturais e infra-estruturais mais amplas.
Por que a divisão?
Vários fatores contribuem para essas disparidades:
- Política governamental: Alguns países promoveram ativamente estratégias nacionais de IA na educação, enquanto outros permanecem cautelosos. A UNESCO observa que diferentes abordagens à IA generativa, especialmente no que diz respeito à idade dos alunos, influenciam a sensibilização e a utilização dos professores.
- Infraestrutura e restrições: Limitações tecnológicas, como firewalls, e falta de oportunidades de treinamento dificultam a adoção em algumas regiões. A OCDE destaca uma forte correlação entre a formação em IA para professores e a utilização real da IA.
- Cultura Educacional: A abordagem de cada país para a integração da tecnologia nas escolas difere significativamente, com alguns favorecendo uma postura mais preventiva.
- Escassez de professores e carga de trabalho: De acordo com o Comité Sindical Europeu para a Educação (ETUCE), a escassez de professores e as pesadas cargas de trabalho podem afetar a vontade de adotar novas ferramentas.
Como os professores usam IA
Os professores que fazem uso de IA dependem principalmente dela para sua própria preparação. 65% usam IA para pesquisar e resumir tópicos e 64% geram planos de aula e atividades. Os usos menos comuns incluem:
- Ajudar os alunos a praticar habilidades (49%)
- Apoio às necessidades de educação especial (40%)
- Automatizando ajustes de dificuldade (39%)
- Criação de feedback para os pais (31%)
- Analisando dados dos alunos (29%)
- Avaliação de tarefas (26%)
Isto sugere que a IA é atualmente utilizada mais como uma ferramenta de bastidores para os professores do que como uma ferramenta direta voltada para os alunos.
O futuro da IA na educação
Os especialistas concordam que a adoção da IA continuará a crescer, mas a implementação responsável é crucial. A European Schoolnet sublinha que os professores devem permanecer no centro do processo de aprendizagem, garantindo a supervisão ética e a agência dos estudantes. A UNESCO sublinha que a IA deve complementar, e não substituir, os educadores.
No entanto, permanecem preocupações sobre a potencial desqualificação dos professores devido à dependência da IA, especialmente num contexto de escassez existente de professores. Os dados atuais da OCDE não medem a frequência da utilização da IA, o que significa que não está claro se os professores utilizam a IA regularmente ou apenas a experimentam.
Em última análise, a integração da IA nas salas de aula europeias está a evoluir, mas o seu sucesso depende de políticas ponderadas, de formação adequada e de um foco contínuo na preservação do papel do professor.




















